terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Jesus, a credulidade e a incredulidade

Graça e paz vos sejam multiplicadas! Como é bom sabermos a natureza do ministério de Jesus! O Mestre, em todas as coisas, dava evidências da Sua divindade e apresentava a Verdade de Deus aos homens. Mas não devemos crer senão por causa da Sua Pessoa, inteiramente digna de confiança para nos prover salvação e perdão de pecados, por ser o Senhor de tudo e todos!

“Então, lhe trouxeram um endemoninhado, cego e mudo; e ele o curou, passando o mudo a falar e a ver. E toda a multidão se admirava e dizia: É este, porventura, o Filho de Davi? Mas os fariseus, ouvindo isto, murmuravam: Este não expele demônios senão pelo poder de Belzebu, maioral dos demônios. Jesus, porém, conhecendo-lhes os pensamentos, disse: Todo reino dividido contra si mesmo ficará deserto, e toda cidade ou casa dividida contra si mesma não subsistirá. Se Satanás expele Satanás, dividido está contra si mesmo; como, pois, subsistirá o seu reino? E, se eu expulso demônios por Belzebu, por quem os expulsam vossos filhos? Por isso, eles mesmos serão os vossos juízes. Se, porém, eu expulso demônios pelo Espírito de Deus, certamente é chegado o reino de Deus sobre vós” (Mt 12:22-28).

Jesus havia se retirado, como vimos no texto anterior, mas as pessoas ainda O procuravam a fim de serem curadas. Aparentemente, os fariseus conseguiram também encontrar a Cristo realizando um milagre inédito até então: a expulsão de um demônio e duas curas físicas.

Mas o verdadeiro problema do homem,  como já vimos antes, é o pecado, e não apenas doenças ou tormentos. Jesus sabe que deve lidar com esse real problema, seja na Sua vida perfeita, seja na demonstração de que o poder requerido para esses milagres não é grande, seja explicando o reino dos céus (Mt 5-7), seja, finalmente, provendo perdão ao morrer e ressuscitar a fim de que Seu povo seja perdoado e purificado e comunicando a este povo uma vida nova que por fim eliminará a presença do pecado.

A multidão, porém, se guia por vistas e se deixa impressionar e convencer com a mesma facilidade que terá de deixar qualquer credulidade logo depois. Eles olham para o milagre de Jesus e então se perguntam se Ele não seria o Filho de Davi. Mais que Isso, Jesus é o Senhor de Davi, mas o título de Filho lhe cai bem também. Jesus é de fato o Messias do qual Davi era tipo e que também O anunciou. O que impediria as pessoas de verem isso tão claramente?

Os Fariseus também têm sua opinião sobre Jesus. Eles afirmam que Ele faz milagres e exorcismos pelo poder do próprio Satanás, afirmando que Cristo tinha a intenção de enganar o povo. Os fariseus são outro tipo de pessoa: o incrédulo que, apesar de as provas lhe serem apresentadas dia a dia, na frente dele, ele não crê, e irá buscar qualquer explicação, por mais absurda que seja, para justificar sua incredulidade.

Por fim, temos a resposta de Jesus. Sabemos que Jesus conhecia os pensamentos dos fariseus. Jesus tinha uma percepção fantástica, senão que Ele realmente conseguia ler as mentes das pessoas, auxiliado pelo Espírito Santo a profetizar o que havia dentro dos corações. Ele conhece o erro dos pensamentos dos incrédulos fariseus, e os confronta.

Jesus primeiro defende a validade do Seu próprio ministério. Não faria sentido Satanás ir contra a ação de si mesmo. Assim também, Jesus não poderia estar agindo em nome de Belzebu ao desfazer as obras do mesmo! Depois, Ele questiona se os outros exorcistas tinham a mesma autoridade que Ele ou não. Porque dois pesos e duas medidas?

Por fim, nos é dito que o reino de Deus é chegado sobre nós. Jesus reina, aleluia!

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Jesus e o SENHOR

Graça e paz vos sejam multiplicadas! Como é bom reconhecer que o amor de Deus, agora revelado em Cristo, era anunciado antes mesmo da Sua vinda! Como é bom conhecer Cristo não somente das narrativas dos Evangelhos, mas também de toda a Escritura!

“Mas Jesus, sabendo disto, afastou-se dali. Muitos o seguiram, e a todos ele curou, advertindo-lhes, porém, que o não expusessem à publicidade, para se cumprir o que foi dito por intermédio do profeta Isaías: Eis aí o meu servo, que escolhi, o meu amado, em quem a minha alma se compraz. Farei repousar sobre ele o meu Espírito, e ele anunciará juízo aos gentios. Não contenderá, nem gritará, nem alguém ouvirá nas praças a sua voz. Não esmagará a cana quebrada, nem apagará a torcida que fumega, até que faça vencedor o juízo. E, no seu nome, esperarão os gentios” (Mt 12:15-21).

Jesus havia já por duas vezes confrontado os fariseus acerca do sábado e, agora, eles querem tirar a Sua vida. Jesus sabia que ainda não era chegado o Seu tempo, e então Ele foge, afastando-se dali.

No entanto, Seu ministério não pode parar. As pessoas continuam indo atrás de Jesus! Elas continuam doentes, e continuam buscando aquele que pode curar com uma palavra todas as doenças e enfermidades. Apesar de os fariseus não terem acesso a Jesus, o povo que O conhece ainda pode encontrá-lO!

Jesus, porém, advertia a todos que não anunciassem essas curas e milagres, mais que O mantivessem no anonimato. Isso não somente para que os fariseus não O encontrassem, mas também para que as profecias a Seu respeito pudessem se cumprir. O texto então nos apresenta a segunda profecia de Isaías do Servo sofredor.

A primeira coisa que o texto diz é que Jesus é o servo. Ele foi escolhido por Deus, pois Sua missão não poderia ser realizada por um anjo ou por qualquer outro. Ele é amado por Deus, e alegra o Seu coração. Deus o Espírito repousa sobre Ele a fim de que Ele pregue juízo e direito aos gentios. Por hora, Ele se oculta e não se anuncia a todos, nem continua a contender com os fariseus. Sabemos que todas as vezes que Jesus discutiu com as pessoas, Ele foi procurado para isso.

“Assim diz o Deus, o SENHOR, que criou os céus e os estendeu, formou a terra e a tudo quanto produz; que dá fôlego de vida ao povo que nela está e o espírito aos que andam nela. Eu, o SENHOR, te chamei em justiça, tomar-te-ei pela mão e te guardarei, e te farei mediador da aliança com o povo e luz para os gentios; para abrires os olhos aos cegos, para tirares da prisão o cativo e do cárcere, os que jazem em trevas. Eu sou o SENHOR, este é o meu nome; a minha glória, pois, não a darei a outrem, nem a minha honra, às imagens de escultura. Eis que as primeiras predições já se cumpriram, e novas coisas eu vos anuncio; e, antes que sucedam, eu vo-las farei ouvir” (Is 42:5-9).

Essa é a continuação da profecia. Jesus é mais do que o Servo: Ele é chamado em justiça, e, assim, Ele é O Justo. Ele é guiado por Deus para ser o Mediador  de uma nova aliança com o povo de Deus, e para anunciar a salvação aos gentios. Ele tem toda a glória de Deus, e vem para ser parte de uma grande linha de profecias que já se cumpriram. Aleluia!

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Jesus nosso Pastor

Graça e paz vos sejam multiplicadas! Como é bom saber que, mais do que o pastor cuida das suas ovelhas, Deus cuida de nós. Deus tem o desejo de que as Suas ovelhas engordem, e sejam apascentadas em paz, protegidas do perigo que nos cerca. E Ele já tem feito o bem a nós, com toda sorte de bênção espiritual!

“Tendo Jesus partido dali, entrou na sinagoga deles. Achava-se ali um homem que tinha uma das mãos ressequidas; e eles, então, com o intuito de acusá-lo, perguntaram a Jesus: É lícito curar no sábado? Ao que lhes respondeu: Qual dentre vós será o homem que, tendo uma ovelha, e, num sábado, esta cair numa cova, não fará todo o esforço, tirando-a dali? Ora, quanto mais vale um homem que uma ovelha? Logo, é lícito, nos sábados, fazer o bem. Então, disse ao homem: Estende a mão. Estendeu-a, e ela ficou sã como a outra. Retirando-se, porém, os fariseus, conspiravam contra ele, sobre como lhe tirariam a vida” (Mt 12:9-14).

Começa agora uma etapa nova no ministério de Cristo: a perseguição dos fariseus. Conquanto já estivesse acontecendo minimamente antes, agora esses hipócritas desejam a todo o custo que Jesus morra, porque Ele havia demonstrado, como vimos em textos anteriores, que a interpretação das Escrituras que os escribas fariseus davam era muito equivocada. Os fariseus tomaram isso como insulto pessoal, assim como muitas pessoas hoje, quando confrontadas com a doutrina bíblica correta, se recusam e fazem acusações pessoais ao que lhes apresentou o seu erro e a verdade de Deus.

Os fariseus não conseguiram, entretanto, uma boa ocasião para colocar Jesus na parede. Eles perguntam se é lícito curar no sábado. Curar, para eles, era trabalho, e não poderia ser realizado no sábado. Jesus, porém, inverte o entendimento do que aconteceria ali, se aquele homem fosse curado: seria como se o pastor tirasse a sua ovelha numa cova.

Imediatamente nós podemos nos lembrar da passagem de Ezequiel 34:31: “Vós, pois, ó ovelhas minhas, ovelhas do meu pasto; homens sois, mas eu sou o vosso Deus,diz o SENHOR Deus”. Assim como o pastor cuida das suas ovelhas em qualquer tempo, nosso Deus é ainda mais diligente pelo nosso bem, e com terno amor nos ajuda em todos os momentos, “Porque assim diz o SENHOR Deus: Eis que eu mesmo procurarei as minhas ovelhas e as buscarei” (Ez 34:11).

Jesus é o cumprimento dessa profecia de Ez 34! Ó, linda profecia! Suave e doce, ela fala do bem que Deus pretende fazer ao Seu povo, àqueles que são Suas ovelhas: “Apascentá-las-ei de bons pastos, e nos altos montes de Israel será a sua pastagem; deitar-se-ão ali em boa pastagem e terão pastos bons nos montes de Israel. Eu mesmo apascentarei as minhas ovelhas e as farei repousar, diz o SENHOR Deus. A perdida buscarei, a desgarrada tornarei a trazer, a quebrada ligarei e a enferma fortalecerei; mas a gorda e a forte destruirei; apascentá-las-ei com justiça” (Ez 34:14-16).

O cumprimento dessa profecia se dá, evidentemente, em Jesus Cristo. Ele é o Pastor que vem atrás de Suas ovelhas. Ele mesmo as apascenta e as faz repousar. Não é assim que você sente Deus cuidando de você? Ó que gentil pastor nós temos! Glórias a Ele, amém!

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Jesus e a misericórdia

Graça e paz vos sejam multiplicadas! Como é bom podermos usufruir da Palavra de Deus para conhecer ao Senhor. Ainda que a Bíblia contenha doutrinas, e verdades pelas quais devemos viver, e ainda que isso seja muitíssimo precioso, o assunto principal da Bíblia é o próprio Deus, mais especificamente Cristo, o Filho, que encarnou e esteve entre nós. Que Deus nos abençoe sempre na leitura de Sua Palavra!

“Por aquele tempo, em dia de sábado, passou Jesus pelas searas. Ora, estando os seus discípulos com fome, entraram a colher espigas e a comer. Os fariseus, porém, vendo isso, disseram-lhe: Eis que os teus discípulos fazem o que não é lícito fazer em dia de sábado. Mas Jesus lhes disse: Não lestes o que fez Davi quando ele e seus companheiros tiveram fome? Como entrou na casa de Deus, e comeram os pães da proposição, os quais não lhes era lícito comer, nem a ele nem aos que com ele estavam, mas exclusivamente aos sacerdotes? Ou não lestes na Lei que, aos sábados, os sacerdotes no templo violam o sábado e ficam sem culpa? Pois eu vos digo: aqui está quem é maior que o templo. Mas, se vós soubésseis o que significa: Misericórdia quero e não holocaustos, não teríeis condenado inocentes. Porque o Filho do Homem é senhor do sábado” (Mt 12:1-8).

O uso normal desse texto é apologético, no entanto, não tenho a intenção de debater opiniões, mas de conhecer mais a Deus pelo Filho. Muitos usam esse texto para demonstrar o erro dos sabatistas estritos, quando o objetivo principal é demonstrar o caráter de Jesus.

Jesus estava passando pelas searas. Certamente era já tempo de colheita e Seus discípulos estavam com fome. Os discípulos então começam a colher espigas e comer. Isso soa um bocado estranho, que os discípulos passaram na plantação de outra pessoa e simplesmente roubaram o que havia lá.

E, aparentemente, os fariseus também estavam passando pelas searas, porque eles logo vêem aquilo e começam a contestar os discípulos, não talvez pelo roubo, pois havia uma lei que permitia isso, mas porque era dia de sábado e os discípulos estavam realizando o trabalho de colheita.

Jesus, entretanto, defende os discípulos! Ele olha para os fariseus e começa a lembrá-los da história de Davi (I Sm 21:1-6), para demonstrar que, à semelhança de Davi, Ele também tinha autoridade e direitos especiais. Isso é confirmado quando mais à frente Ele diz que é senhor do sábado.

Ele também defende os discípulos com a afirmação de que os sacerdotes violavam o sábado e ficavam sem culpa. O Mestre está se referindo ao fato de os sacerdotes oferecerem sacrifícios no sábado, iguais aos dos outros dias, e esse era o ofício dos sacerdotes (Nm 28:9). Jesus é sumo-sacerdote, da ordem de Melquisedeque, cujo sacerdócio é superior ao de Levi; por acaso não teria Ele o direito de, se necessário, violar o sábado e ainda assim ficar sem culpa?

Mas tudo isso reflete uma coisa em Jesus: a misericórdia triunfa sobre o juízo. A misericórdia é melhor que o sacrificar. Os discípulos estão com fome, e isto em pleno sábado? Deixem-nos colher espigas e comer. Os homens sofrem e nossa cidade padece nos domingos de noite? Deixemos, não, convidemos as pobres almas a entrar na assembléia dos santos! Que sejamos mais misericordiosos, assim como Cristo sempre é conosco.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

O convite de Jesus

Graça e paz vos sejam multiplicadas! Ó quão doces e suaves são as palavras de Jesus! Mais do que o mel à nossa boca! O Senhor da glória, que renova as forças do cansado e do que não tem nenhum vigor, nos convida a aprendermos dEle.

“Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso pra a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve” (Mt 11:28-30).

Esse é talvez um dos textos mais conhecido dos Evangelhos, e mais citado por cristãos em todo o mundo. Nele, Jesus faz um convite àqueles que estão “cansados e sobrecarregados”, e promete alívio. Ó você, que está cansado e que leva uma vida dura e pesada, ouça o convite de Jesus hoje! E aquele que tem uma vida atribulada, confie nas Suas promessas de refrigério ainda agora! Jesus faz o convite mais amável e com amor e benignidade te atrai neste tempo determinado para a sua salvação!

Esse Jesus que faz o convite é o próprio Deus que pode dar alívio. Mais do que uma boa noite de sono, Ele, que não se cansa, pode muito bem nos auxiliar: “Não sabes, não ouviste que o eterno Deus, o SENHOR, o Criador dos fins da terra, nem se cansa, nem se fadiga? Não se pode esquadrinhar o seu entendimento. Faz forte ao cansado e multiplica as forças ao que não tem nenhum vigor. Os jovens se cansam e se fatigam, e os moços de exaustos caem, mas os que esperam no SENHOR renovam as suas forças, sobem com asas como águias, correm e não se cansam, caminham e não se fadigam” (Is 40:28-30).

Ó pecador, confie nEle agora! Coloque toda a sua esperança no SENHOR. Busque abrigo e refúgio nEle, porque Ele é torre e escudo aos que nEle confiam. E você, que já confia no Senhor, renove a sua confiança no Salvador, porque ela nunca é demais!

Jesus também nos convida a aprendermos dEle. Mais do que aprender Seus ensinamentos, somos convidados a ter Jesus como Mestre e imitá-lO. Havemos de tomar sobre nós o Seu jugo, isto é, fazer as obras que Ele mesmo fez e faz até hoje. Ó que convite sublime, ser igual ao Mestre!

Jesus quer que aprendamos dEle a mansidão. Mansidão não é, como alguns pensariam, frouxidão. “Os mansos são os que sutilmente se submetem a Deus, à Sua Palavra, à Sua vara, que seguem Suas direções e consentem com Seus desígnios, e são gentis para com os homens” (Matthew Henry). Jesus compara o Seu trabalho como o trabalho de um boi, que ara a terra ao carregar o arado com um jugo. Nós somos convidados a sermos mansos como Ele, nos submetendo à Palavra de Deus e a correção de um Pai amoroso como o Altíssimo.

Nós também somos convidados à humildade de coração. Humildade de coração, “É o oposto daquela disposição altiva, autoconfiante e auto-suficiente que o mundo tanto admira e adora. É exatamente o oposto daquela atitude independente e desafiadora que se recusa a se curvar ante a Deus” (Arthur Pink).

Não é um convite simplesmente ao recebimento de alívio e esperança, senão também de humilhação e submissão a Deus. Não poderia ser de outra forma, porque Cristo mesmo Se humilhou, aparecendo em figura humana, e se submeteu totalmente à vontade do Pai. Hoje Ele notifica a todos os homens que se arrependam e confiem plenamente no Filho. Amém!

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Jesus e a revelação

Graça e paz vos sejam multiplicadas! Como é bom descansar na dependência de Deus, esconder-se debaixo de Suas asas! E como é bom saber que Ele foi gracioso para conosco, por ter se revelado a nós!

“Por aquele tempo, exclamou Jesus: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultastes estas coisas aos sábios e instruídos e as revelaste aos pequeninos. Sim, ó Pai, porque assim foi do teu agrado. Tudo me foi entregue por meu Pai. Ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar” (Mt 11:25-27).

Jesus está aqui agradecendo ao Pai. Isso, de começo, já é muito importante. Nós sabemos que Cristo é Deus o Filho, e que Ele viveu da forma como viveu para que imitemos os Seus passos, para que O tenhamos como exemplo. E Ele louva ao Pai. O Deus triuno tem completa consciência da Sua glória e majestade; nós mesmos só temos uma leve noção dessas coisas, e isto por revelação que Ele nos dá na Sua Palavra! Nós também devemos dar graças a Deus quando entendemos o que Ele faz.

Jesus deixa claro no Seu louvor ao Pai a graça com que Deus age. Deus não revelou as coisas do Reino dos céus, o Evangelho, a pessoas sábias e entendidas; antes, Ele preferiu revelar a pessoas incultas, sem estudo. Por quê? Por vários motivos, na verdade. Deus geralmente não faz nada que não tenha um escopo amplo. Mas aqui, especialmente, Ele o faz para a Sua glória, e por isso Jesus o Filho louva ao Pai.

Jesus nos diz também que era do agrado do Pai que os sábios e instruídos fossem envergonhados e os simples, recebendo a revelação de Deus, pudessem dar louvores somente a Ele e não a si mesmos ou a uma suposta superioridade, porque foi Deus quem revelou e, se Ele não tivesse revelado, nem os simples nem o sábios conheceriam o Evangelho.

Todas as coisas foram entregues pelo Pai ao Filho. Cristo tem toda a autoridade nos céus e na terra, e Ele sustenta todas as coisas pelo Seu poder. É Ele quem nos dá vida, respiração e tudo mais. E, especialmente, é Ele quem traz a verdadeira e completa revelação de Deus. Basta olharmos para Jesus para conhecermos o que de Deus se pode conhecer!

A revelação, portanto, depende inteiramente da ação de Deus. Não existe nada em nós que nos leve a conhecê-lo, porque por natureza nós sequer temos o desejo de conhecê-lo. Não está em nosso poder alcançar o sublime conhecimento de Deus, e as Suas riquezas insondáveis. Se iremos conhecer a Deus, isso depende inteiramente de revelação.

Essa revelação, entretanto, não é tanto um conhecimento secreto apenas para iniciados, mas um abrir de olhos para a verdade de Deus que, ao vermos espiritualmente, se torna bastante óbvia. A pessoa de Jesus parece um enigma aos que não crêem, mas àqueles que já O receberam, e portanto têm o Espírito Santo, lêem os Evangelhos e, pela graça de Deus, são instruídos mesmo nas mínimas coisas. Que o Senhor nos dê a graça de continuar a conhecê-lO! Amém.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Como escaparemos nós?

Graça e paz vos sejam multiplicadas! Como é bom saber que Cristo é o Juíz de vivos e mortos! Como é bom pode confiar nEle para sermos também considerados inocentes, porque Ele é também nosso advogado!

“Passou, então, Jesus a increpar as cidades nas quais ele operara numerosos milagres, pelo fato de não terem se arrependido: Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida! Porque, se em Tiro e em Sidom se tivessem operado os milagres que em vós se fizeram, há muito que elas teriam se arrependido com pano de saco e cinza. E, contudo, vos digo: no Dia do Juízo, haverá menos rigor para Tiro e Sidom do que para vós outras. Tu, Cafarnaum, elevar-te-ás, porventura, até ao céu? Descerás até ao inferno; porque, se em Sodoma se tivessem operado os milagres que em ti se fizeram, teria ela permanecido até ao dia de hoje. Digo-vos, porém, que menos rigor haverá, no Dia do Juízo, para com a terra de Sodoma do que para contigo” (Mt 11:20-24).

Esse é um daqueles textos que, infelizmente, grande parte dos pregadores têm deixado de lado, porque apresentam nosso Senhor irado contra os pecadores, um Jesus nada dócil e frágil, um Jesus ameaçador e que não só aponta o erro, mas julga e condena. Um Cristo que veio para executar Juízo sobre a terra, como parte de Seu domínio sobre ela.

Jesus está amaldiçoando cidades que não creram nEle. O Mestre havia passado por algumas cidades. Sabemos também que Ele fez vários milagres em Cafarnaum e naquela região, nos capítulos 4 e 8 de Mateus. E, ainda assim, Ele amaldiçoa essas cidades.

Essas cidades estavam condenadas pelo nosso Senhor porque não tiveram fé para com ele. Não creram nEle, a despeito de todos os milagres. Essa falta de fé era completamente incompreensível! O povo havia vivido um hiato de 400 anos sem a revelação de Deus, recebendo dos céus apenas silêncio, e de repente Deus o Filho encarna e opera milhares de milagres na frente de todos, especialmente, aonde ele havia começado Seu ministério, e as pessoas não creram nEle ainda assim!

Jesus fala da falta de arrependimento das pessoas. O fato de Ele ter operado milagres deveria ter despertado, em qualquer pessoa, um senso de que Deus existe e Ele é grande, e que meu padrão de moral não é suficiente para me salvar; os milagres de Jesus deveriam levar as pessoas a se arrependerem, mas elas não se arrependeram.

Jesus então passa a comparar as cidades pelas quais Ele passou com cidades infames de tempos passados, Tiro, Sidom e Sodoma.

A primeira comparação é da quantidade de graça que essas cidades receberam. As cidades antigas tinham recebido apenas o juízo de Deus. Sodoma foi completamente destruída por fogo que desceu dos céus, mas Cafarnaum recebeu Jesus e testemunho milagres. As cidades que Jesus estava amaldiçoando tinham recebido uma chance muito melhor de se arrependerem, porque Deus havia tido mais graça para com elas.

Jesus também compara, assim, a condenação das cidades. Corazim e Betsaida teriam um julgamento muito mais severo do que Tiro e Sidom, exatamente porque receberam mais graça e ainda assim não creram. Jesus está sendo absolutamente justo com esse critério. E rigoroso, porque nosso Senhor não era frouxo com a justiça!

Você, leitor, também recebeu maior graça que os homens e mulheres de Sodoma: você pode conhecer a Jesus hoje, pela leitura dos Evangelhos. Você pode crer inteiramente nEle, sabedor das Suas obras, que Tiro e Sidom não viram. Como escaparemos nós, se negligenciarmos tão grande salvação?